| Foto: RJC. |
Antigamente na Grécia costumavam untar as ânforas de vinho com a resina do pinheiro-de-alepo, oriundo do mediterrâneo, sendo Alepo uma cidade da Síria bem próxima à divisa com a Turquia. Essa resina ou seiva era utilizada como conservante e como elemento para impedir as trocas de ar entre o ambiente e vinho dentro das ânforas pelos poros das cerâmicas. Com o tempo o aroma da seiva se misturava ao sabor do vinho, dando-lhe um buquê especial, intensificando-o.
Essa técnica, com o tempo, se tornou uma tradição na Grécia, tipificando a sua região de origem, passando a ser conhecido o vinho de uva branca como Retsina. Dizem, inclusive, não posso afirmar pois nunca andei pelas aquelas paragens de Atenas e Esparta, que é o vinho de mesa preferido na Grécia. Parece que nas últimas décadas teria caído em desuso, mas que recentemente resolveram revisitá-lo e recuperar a tradição.
Outro dia resolvi comprar uma garrafa para experimentar. A composição predominante do Retsina são as uvas gregas Savatianó e Roditis. Vinho branco, seco, de cor amarela tendendo para o dourado, muito amargo, não muito ácido mas forte, aroma pronunciado, sabor muito diferente de qualquer outro vinho, o nariz percebe notas amadeiradas que trazem reminiscências veladas de florestas de pinheiros ou, ainda, de armazenamento em moringa. A marca foi o Tsantali, com graduação alcoólica de 11,5%.
Sinceramente como vinho eu não gostei e não aguentei tomar mais do que meia taça. No entanto, descobri uso culinário para a bebida, servindo e compondo otimamente bem com bacalhau e estrogonofe.
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