Programa do Fausto Silva, Defesa Civil e Previsão do Tempo na Televisão

Editorial: Estive assistindo, ontem (11/04/10) de noite, o Programa do Faustão, quando ele suspendeu a primeira etapa do Quadro "Dança dos Famosos"/2010 e deu voz para que o grupo feminino que não pode ensaiar fizesse um desabafo sobre o que aconteceu com cada uma delas durante a chuva torrencial que caiu na semana passada nas cidades do Rio de Janeiro e Niterói. De um modo geral achei bastante justas as críticas e as preocupações apresentadas pelas artistas, contudo, achei bastante injusta a manifestação do Faustão de que era "balela" a dita preparação da Defesa Civil. Olha, conheço razoavelmente bem a Defesa Civil, até já fiz palestras para ela, participei de cursos - como instrutor e aluno - e trabalhei com algumas pessoas bem queridas da Secretaria Nacional de Defesa Civil. A Defesa Civil, independente de qualquer falha que possa ter havido, é uma instituição exemplar, como uma estrutura de planejamento e logística que dar inveja a muitos setores. Se ela não faz mais é porque os recursos que deveriam lhe ser destinados, especialmente relacionados a Fundo Constitucional de Emergência, estão rasos, mesmo assim há grande investimento estadual, como é o caso de Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul. Carências existentes, tudo pode ser melhorado. O acadêmico que estava lá no Programa do Faustão, corajosamente - em função do microfone que lhe era dirigido- também defendeu a Defesa Civil, dizendo que ela era preparadíssima, mas que sempre pode-se melhorar. No presente Blog, há alguns meses atrás e por algumas vezes, já fiz críticas ao modelo de apresentação de previsões do tempo adotado na televisão brasileira. Esse modelo, que se repete em vários canais, está ultrapassado - quiçá antiquado -, não informa bem, mostra imagens de cidades, prédios, e nuvens, que algumas vezes não diz coisa alguma, tem caráter apenas nacional e também não mostra o que acontece em outras regiões do mundo em termos meteorológicos - especialmente na televisão aberta. Uma exceção, que já elogiei aqui foi o Telejornal comandado pelo Boris Casoy. O modelo de apresentação de informações meteorológicas apresentados nos Estados Unidos e na Inglaterra - cada tem uma particularidade - me parecem mais adequados aos nossos tempos, especialmente se somados, com informações nacionais, regionais, sobre ventos, deslocamentos de chuvas, deslocamentos de aglomerações de neve, enchentes. No caso dos Estados Unidos, quando ocorrem tornados, há todo um sistema de alerta, com chamadas televisas sobre o deslocamento da massa ameaçadora e a apresentação de rotas de fuga e onde pode-se abrigar, portanto, tudo associado a planos de contingência/emergência. Mas minha luta tem sido solitária, sem chegar aos ouvidos da Rede Globo e de Outras Emissoras. Quem sabe, agora - infeliz e tristemente - com os próprios funcionários (artistas, jornalistas, funcionários comuns, gerentes, diretores etc) dessas poderosas empresas televisivas sendo atingidos, seja adotado uma postura social mais atual, moderna e correspondente às necessidades públicas e não somente dos seus públicos. Oxalá se aplique à máxima "os males que vem para bem", centenas de vidas perdidas - como em um martírio - para milhares sejam salvas, entretanto, não precisava ser assim. Os prudentes e os preparados geralmente sobrevivem, mesmo com risco, até em função - nem todos - de suas possibilidades de movimentarem recursos e capacidades. Os frágeis, os mais sensíveis, os sem alternativas e os despreparados acabam sendo as vítimas mais prováveis, até independente de riscos. Devo dizer, que em solidariedade com a perda paterna do Faustão, no dia anterior, entendo o "escorregão", que não foi videocassetada, mas precisava fazer posicionar-me ao lado da Defesa Civil e das abordagens do presente Blog.